Só sucesso profissional não é suficiente para uma vida plena. A morte de Robin Williams me faz lembrar que já escrevi esse mesmo artigo quando do falecimento de Amy Winehouse. A pergunta que sempre vem à cabeça é: o que aconteceu? Como alguém tão bem-sucedido pode ter se autodestruído? 

Isso também ocorre nas empresas, especialmente em cargos de alta liderança. Indivíduos focam excessivamente o sucesso nas esferas profissional e financeira, e se esquecem que a vida é mais complexa do que isso. 

É certo que não existe um problema que piore pelo fato de alguém ter mais dinheiro. Entretanto, há dimensões da existência humana que o dinheiro e o sucesso profissional não atingem. E essas esferas demandam uma preocupação mais completa com a vida. 

Para isso, é fundamental adquirir cada vez mais conhecimento. Inclusive para saber da existência dessas dimensões e como elas se inter-relacionam. 

Também é extremamente recomendável que a pessoa se interesse em ter preparo psicológico. É inacreditável que, em pleno século XXI, ainda haja indivíduos preconceituosos com relação à terapia. Imaginam que isso é coisa de louco e que são normais, embora nunca tenham feito o processo para livrarem-se de questões que os assolam e que poderiam encontrar caminhos com o trabalho competente de um psicólogo. 

Por último, o indivíduo deve pensar em sua transcendência, isto é, em como lida com a morte das pessoas que ama e com a perspectiva de sua própria morte. 

Deixada sem desenvolvimento, a consciência da pessoa esvanece. As questões maiores sobre seu propósito de vida acabam desaparecendo e todo o foco fica reduzido na busca por solucionar seus problemas exclusivamente por meio de dinheiro e bens. Até o ponto em que as questões fora dessas esferas emergem: seus medos, angústias, relacionamentos amorosos infelizes, sensação de vazio interior, ausência de espiritualidade, estresse físico e mental, entre outros. 

Querer se livrar dessas questões por meio da bebida, da droga ou mesmo da fuga do convívio sadio com outras pessoas é um caminho para a autodestruição. O herói não é essa figura indestrutível e cheia de poderes que vemos nos filmes. Tampouco os dragões e feras aladas são os inimigos que temos de enfrentar. O verdadeiro herói é aquele que enfrenta as provas de sua própria vida com maturidade. 

Se, ao longo do processo, o indivíduo não aprender a dominar o irracional dentro de si, o seu sucesso o autodestruirá. No mundo das celebridades, vemos isso a todo instante e ao longo da história. No mundo empresarial, ocorre o mesmo. É verdade que a busca por cargos cada vez maiores e bem remunerados é uma meta fixa na cabeça de muitos. Entretanto, poucos são capazes de se responsabilizar por seu autodesenvolvimento, especialmente por suas emoções e o domínio do irracional que habita seu interior. 

Gerentes e diretores imaturos, independentemente de suas idades, causam a seus liderados experiências empobrecedoras. Diga-se de passagem, jogam pela janela qualquer esforço dos departamentos de recursos humanos em reter talentos. Mas, acima de tudo, possuem uma vida inacreditavelmente infeliz: destruídos na vida pessoal, angustiados com a própria existência, colocam toda a energia em sua carreira. Entretanto, maltratam outras pessoas e ignoram sua responsabilidade com a própria vida. Uma forma trágica e autodestrutiva de fracasso.  

O indivíduo deve fazer o que for necessário para mudar esse cenário. Afinal, o sucesso por si só não traz felicidade, embora ele permita a você chorar em Roma, Paris, Milão, Nova York...

Lugares que valem a pena ser visitados, mas que fazem mais sentido para aqueles que são plenamente felizes. 

Vamos em frente!

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