Alguns profissionais exageram na sua vontade de dizer sua opinião a respeito de qualquer assunto. Desse modo, um fato mal acabou de acontecer e eles já se julgam capazes de fazer análises profundas a respeito e emitir um veredito do que está errado e quem é o culpado.

Destituídos de embasamento em suas argumentações, apresentam soluções pífias, ou estapafúrdias que, em geral, nada têm a ver com a realidade.

A causa disso é que vivemos uma cultura na qual as pessoas desejam ser líderes e imaginam que o bom gerente é aquele que fala bem. Por esse motivo que somos liderados, não apenas nas empresas, por indivíduos que falam bem, especialmente quando sob a luz de holofotes, e que não são, necessariamente, bons líderes. Entretanto, como são modelos, fazem com que profissionais ainda em formação também comecem a dialogar sobre tudo quanto é assunto, sem ter lido um único livro a respeito, conversado com alguma autoridade relevante no tema, ou mesmo se interessado em refletir, um pouco que seja, antes de falar e fazer grandes bobagens.

Vivemos em um mar de opiniões e, muitas vezes, quem as emite fica exposto ao ridículo pelos números e evidências – como o que aconteceu recentemente com os “rolezinhos” nos shoppings, quando algumas autoridades disseram que era um reflexo de um problema de discriminação racial e social. Entretanto, os números de uma pesquisa da Datafolha desmentiram essa opinião.

Para que você não caia nessa armadilha, procure sempre refletir antes de dizer algo. Essa reflexão deve responder a 3 perguntas básicas:

Qual é o objetivo? Você deve pensar em transformar aquilo que é o resultado desejado em algo visível e que possa ser compreendido por todos os envolvidos. Pense se o que você fala é filmável. Você vai dar um grande salto em sua comunicação se evitar o uso de palavras subjetivas como tentar, certo, errado e verdade. Descreva exatamente o objetivo a ser atingido.

Uma vez definido o objetivo é o momento de conversar sobre as alternativas para atingi-lo. Quais planos de ações viáveis existem para chegar a ele? Uma alternativa viável deve ser estudada e esclarecida em termos de custos, tempo, consequências, pessoas envolvidas, estruturas e sequência de ações. Se você não pensou em tudo isso, é melhor continuar a refletir, ler, consultar especialistas, profissionais e empresas que já resolveram esse problema. Aqui está o principal incentivo à opinião: ela não precisa de base e, portanto, é produzida instantaneamente. Lembre-se, quando vamos a um médico, usamos a expressão: “queremos ouvir sua opinião, doutor”. Entretanto, o que ele nos dá, na verdade é um diagnóstico, baseado em uma avaliação embasada em seu conhecimento e experiência.

Agora que você tem as alternativas viáveis precisa dizer qual é a melhor. Para isso há os critérios de escolha. Isso é, evidências que demonstram o que é mais apropriado para o momento e que aponta para uma das alternativas existentes. Portanto, a pergunta a responder é: qual é o critério?

Um dos maiores problemas que enfrentamos é que as pessoas falam sem objetivo, não oferecem alternativas viáveis e não possuem critérios em apontar soluções. No mundo empresarial isso causa grande distrações de temas que são de fato relevantes. Por exemplo, o Brasil em 2014 será mais afetado pelos rolezinhos, ou por um dos maiores bancos do mundo limitar o saque de seus correntistas desde a semana passada na Inglaterra? (Notícia sobre a qual você, provavelmente, não leu nada na imprensa nacional).

Seja um profissional respeitado, invista seu tempo no aprofundamento de questões decisivas para sua carreira, departamento e organização.

Sobre quais assuntos você anda conversando? Seu tempo é precioso demais para você distrair-se com temas que não afetam seu futuro, da empresa e do país.

Vamos em frente!

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