Como escolher aqueles que serão os futuros líderes da empresa?

Sem os critérios apropriados a escolha dos futuros líderes pode colocar em risco a companhia.

Infelizmente, algumas organizações somente pensam nisso quando precisam de um novo líder: quanto têm de expandir, aproveitar uma nova oportunidade, substituir um antigo líder que se aposentou ou pediu demissão inesperadamente.

Quando a necessidade de escolher um novo líder ocorre abruptamente, é difícil utilizar os critérios mais apropriados. Pois, eles exigem reflexão mais profunda sobre o futuro da empresa e quais são as pessoas mais apropriadas para ser treinadas as conduzi-la.

Outro problema que observamos é a “juniorização” das lideranças. Isso significa que temos colocado pessoas imaturas e mal preparadas em cargos relevantes nas empresas. Como consequência observamos que são líderes sem compostura e que estão excessivamente preocupados com suas carreiras. Além disso, focam a obtenção de resultados de curto prazo a qualquer custo, e não são capazes de observar as consequências de suas ações nas pessoas, quer elas estejam sob sua responsabilidade direta, em clientes ou em fornecedores. Não percebem também que seu comportamento destrói o futuro de sua própria carreira e comprometem a imagem da empresa.

O primeiro passo para se escolher o futuro líder, portanto, é avaliar como serão os próximos 5, 10 e 15 anos da empresa. Para alguns mercados esse pensamento é visto com mais naturalidade, como, por exemplo, mineração, energia e transportes. Entretanto, para outros, é um desafio enorme pensar nesse período de tempo, como são os casos das agências de propaganda, bens de consumo e das empresas de Tecnologia da Informação.

Uma empresa poderá enfrentar um período de expansão, contração, andar de lado, ter uma ruptura nas vendas e, com certeza, uma combinação de tudo isso ao longo das próximas décadas.

Portanto, as companhias devem ter esse cenário em mente, ao escolher os novos líderes. Se um jovem começou a trabalhar aos 23 anos numa empresa que está há 7 anos em uma fase de expansão, isso significa que ele ainda não sabe como é enfrentar uma contração nas vendas. Nunca teve de cortar custos, ou enfrentar uma greve, por exemplo. E se você prevê uma contração no futuro, provavelmente terá de pensar o treino desse profissional para assegurar que ele saberá agir em uma situação dessas.

Portanto, aqueles que escolhem quem serão os futuros líderes devem estar cientes de que é pouco provável que uma empresa que está há 10 anos em expansão, por exemplo, tenha um novo ciclo tão longo para cima. Provavelmente enfrentará problemas que o futuro líder terá de gerenciar.

O que você está procurando no indivíduo é sua capacidade de enfrentar situações negativas com perseverança, resiliência e motivação para si e o time.

Nesse sentido, o novo líder deve demonstrar equilíbrio emocional em situações adversas e capacidade de decisão e ação em meio à tempestade.

Outro ponto importante é que o profissional a ser escolhido para ser treinado para a liderança, deve demonstrar competência para lidar com pessoas e não conhecimento técnico. Em outras palavras, o líder não é o técnico dos técnicos, ele tem de ter a imagem, a fala e o comportamento de um gestor. Quando se escolhe uma pessoa muito técnica para liderar, em geral ela dá mais atenção em aumentar seu conhecimento sobre a área que atua, não delega, não faz follow up das ações, desmotiva as pessoas sob sua responsabilidade e, em alguns casos, é desastrada na hora de dar feedbacks.

A principal função de um líder é a formação de outros líderes, pois, para a empresa existir no futuro, precisará de líderes bem formados. Quando isso não acontece, tem de trazer líderes do mercado, o que pode ocasionar fissuras na cultura da empresa. 

O novo líder deve compreender e assumir os propósitos da empresa, ser ético, ter capacidade de autoaprendizagem e adaptação. Ser tolerante à frustração e muito perseverante. Ficaríamos com uma lista gigante se tivéssemos de descrever todas as características necessárias.

Mas, se a escolha for baseada no que o futuro demandará de seus gestores, não cairemos na tentação de escolher o novo líder por seu carisma, capacidade técnica, ou outras competências que nada têm a ver com a formação de times e liderança empresarial.

Uma escolha que requer método, consciência de todos os envolvidos e enorme preocupação com o equilíbrio dos resultados de curto e longo prazo.

As empresas e os países precisam de líderes melhores preparados para geri-los. Saibamos escolhê-los.

Vamos em frente!

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